Um dia entrei em uma casa velha. Uma mansão antiga, rodeada de verde. Sempre tive curiosidade de ir lá. Ao entrar no local, percebi que era uma casa escura, fria, com mais nada por dentro. Apenas alguns velhos quadros e pinturas estranhas que pareciam me acompanhar a todo momento... No geral, apenas havia restos do que outrora fora de grande beleza.
A curiosidade era grande, então fui entrando cada vez mais. O lugar era gelado por natureza, tão frio e mórbido quanto um dia chuvoso de inverno. Não havia luz elétrica na casa... tive que andar na penumbra, sem saber direito onde estava pisando.
No fim de um corredor, havia uma escada em caracol. Comecei a subí-la. Foi então que notei que, quanto mais caminhava, mas sentia um frio dentro de mim. Além disso, algo mais me incomodava... sentia que havia mais alguém dentro da casa, apesar de não conseguir vê-lo...
Ao alcançar o topo da escada, encontrei uma porta fechada, mas não foi preciso tocá-la, pois ela abriu sozinha. Primeiramente pensei ser uma brisa qualquer que veio de fora, mas depois percebi que não havia como entrar brisa lá... de fato, havia algo naquela casa. Mas a curiosidade era maior, tive de entrar no quarto!
Chegando lá dentro, pude ver algo que me causa arrepios até hoje: vi um lençol por cima de um espelho, impedindo que ele refletisse. Fui até lá e coloquei minha mão no lençol, para retirá-lo de lá. Ao tocá-lo, senti um frio horrendo na espinha, algo que me levantou todos os cabelos. Por impulso, larguei o lençol, mas já era tarde, o espelho havia sido descoberto...
Não posso descrever o que senti neste momento, mas nunca havia visto algo tão horrível em minha vida! Que coisa monstruosa! Vi meu reflexo no espelho e, atrás de mim, um espectro branco, horrendo, algo que lembrava um ser humano, mas que não tinha nada de humano há muito tempo. Aquela criatura monstruosa e sem vida se aproximava de mim... me virei para que pudesse me defender, mas nada mais estava lá quando olhei para trás.
Saí correndo sem olhar novamente para o espelho, desci a escada e quase caí, mas não podia deixar de ouvir aquele grito agudo, horrível, estridente que vinha daquele quarto medonho. Sentia que estava sendo seguido, mas não conseguia olhar para trás. Pude sentir várias vezes que coisas me tocavam nas pernas, querendo me derrubar... Senti várias vezes coisas que me tocavam na nuca, querendo me alcançar.
Mas corri, apenas corri! Ah, ao chegar ao hall de entrada, onde aquelas pinturas estavam, paralisei pela primeira vez! Via agora que elas de fato me olhavam, e acenavam, pedindo socorro! Tentei gritar, mas nada saía de minha garganta! Minhas pernas tremiam, mas, juntando uma força que não sabia que tinha, pude correr para fora da casa...
Nunca olhei para trás, mas até hoje consigo me lembrar perfeitamente daquele momento. Jamais entrarei novamente naquela casa!
o/
(perdoem possíveis erros de português! =P)